10 de jul. de 2004

Existencialismo

E mais uma vez entrei em crise e num fabuloso estado de confusão mental que vai demorar pra passar, como das outras vezes. Sempre acabo entrando num processo meio louco de cura através da busca pela espiritualidade. Ano passado a cura se deu atráves de livros sobre bruxaria (e da ajuda de dois amigos). Esse ano vai ser a sabedoria oriental (e a ajuda da terapia). Fico aborrecida com esses ciclos de estados de espírito intermináveis. 

Desde 1995 é a mesma coisa: passo dois anos muito mal e dois outros anos de bem com a vida. Isso é ruim, muito ruim. É irritante demais. Começo a questionar um monte de coisas que deixam meu lado emocional completamente abalado. Por que o mundo é desse jeito? Por que as pessoas são tão ruins? Por que eu não consigo me sentir feliz? Será que eu seria capaz de me descontrolar e cometer algo ruim? Por que tem gente que me deixa tão mal? Existe Deus? Pra quê eu nasci se só vou poder viver uns 70 anos e depois morrer? E depois que eu morrer, tudo o que fiz, tudo o que guardei, tudo o que eu passei, foi em vão? Um saco, isso! Por causa disso acabei me fechando no meu mundo, já que lá parece ser bem mais agradável. 

O que eu gostaria mesmo é de viver num templo ou algum lugar do tipo onde o que se busque de verdade seja amor, paz, evolução e algo maior (Deus ou seja lá que nome tiver). Mundo caótico imbecil e triste do caramba. Só tem guerra, dinheiro, sexo, tragédias por todas as partes, gente indo embora cedo demais, intolerância de todo o tipo, discriminação. Fica até difícil contar quantas vezes eu liguei a TV na hora do jornal e vi alguma notícia que acrescentasse algo de realmente bom à minha vida. E pra enfrentar esse mundo vou ter que tomar remédio e isso não é nada legal. 

É ruim ser emocional demais, sou facilmente abalada. Ando tão pra baixo que nem minhas queridas bandas psicodélicas e coloridas têm me ajudado a superar essa fase ruim (cheguei até a criar certa repugnância por elas, já que elas estão fazendo parte desse momento péssimo pelo qual estou passando).

A única coisa boa que tiro disso tudo é que conforme o I-Ching diz, no Capítulo 24, há sempre o retorno: após um período de trevas a luz volta a brilhar. Tomara mesmo.