Em maio me apresentaram Melody's Echo Chamber. Foi um amor instantâneo, exatamente como quando ouvi Broadcast pela primeira vez. Em abril também me mostraram o Tame Impala, que surtiu um certo efeito por um tempo, mas eventualmente minha atenção foi toda para a Melody.
Achei muito legal pensar que em meio a tanta coisa igual, de repente aparece uma moça que é multi-instrumentista e toca músicas que parecem ter vindo direto dos anos 60. Se ela tivesse começado o projeto em 2002, quando eu só respirava bandas psicodélicas, provavelmente minha vida se resumiria à Melody, assim como minha vida se resumiu ao Broadcast em 2001. E as duas bandas até parecem um pouco sonoramente. O lance é que o Broadcast era experimental antes de ser vintage, e a Melody é o contrário.
Gostei dela porque além do reverb, das distorções e das letras, a voz dela é angelical. Eu precisava de mais alguém pra completar minha lista de cantoras com vozes angelicais, que hoje consiste na Trish Keenan, na Dorothy Moskowitz e na Melody Prochet. A voz dela é linda demais. As músicas servem de trilha sonora pra viagens interiores onde só coisas boas são permitidas. É a trilha perfeita pra devanear. E o eco na voz dela torna a coisa ainda mais sonhadora. É muito transcendental ouvir o disco dela nesses momentos de devaneio bom. Recomendo.
No mais, o mundo inteiro deveria ouvir o disco da Melody repetidamente até viajar para lugares coloridos.
Original, porque, né. |