11 de set. de 2016

Escuridão

Escuridão que ofusca minha visão,
Sai!
Esquece que aqui jaz alguém
Que de ti não quer nada
Vai embora!

Estúpidas escolhas
Fiz
E a Escuridão da minh'alma
É ela o responsável
Por todas as derrotas conquistadas.

Escuridão que encobre essa ilusão,
Sai!
Me deixa ver a realidade,
Me deixa ser sem ambiguidade,
Não quero mais os afagos teus
De quando choro nos teus braços
Por tudo aquilo que perdi.

18 de out. de 2015


18 de jul. de 2015

O que aprendi nos meus 21 anos convivendo com a depressão

Comecei a sofrer de depressão um pouco cedo, quando tinha 10 anos. Na época certos pensamentos eram frequentes e eu simplesmente não conseguia entender porque eles vinham na minha cabeça. Um deles era a dúvida que eu tinha se um dia iria matar meus pais. Achava que uma hora ia me dar a louca e ia acabar fazendo o que não queria. Isso acabou comigo, passei meses querendo dar um fim nesses pensamentos, até o fatídico dia em que pensei pela primeira vez em me matar. Minha mãe na época costurava pra fora e olhando pra uma das tesouras de costura dela, pensei "Por que não?" Na minha cabeça isso ia fazer parar meu sofrimento. Mas não consegui nem encostar a tesoura em mim. Quer dizer, eu apontei-a na minha direção e com um movimento rápido da mão fiz ela chegar bem perto do meu peito, mas não tive coragem.

Continuei sofrendo, e os pensamentos de morte foram substituídos pelos sexuais. Um ano depois entrei na puberdade. Minha mãe nunca foi de conversar sobre essas coisas aqui em casa, então eu voltei a me martirizar, achando que eu era louca por pensar em sexo, por imaginar determinadas situações, por ficar excitada. Chegou num ponto em que tudo que eu pensava eu botava no papel e escondia no guarda-roupa da minha mãe, pra ver se ela encontrava, lia e me ajudava. Nessas, a tristeza me assolava, e devo ter pensado em me suicidar de novo. Um dia cansei disso, rasguei todos os papeizinhos escondidos e falei pra eu mesma que ia melhorar.

Então veio a adolescência. A depressão fazia parte da minha vida, mascarada de aborrecimento. Eu vivia sem vontade de fazer as coisas que esperavam de mim e passava os dias chateada sem motivo. Conforme fui crescendo, iam me dizendo que era só fase, que uma hora ia passar. Não passou.

Virei adulta e a coisa toda piorou pro meu lado. Em 2004, a depressão tomou conta da minha vida na forma de crises de pânico. Um dia eu simplesmente empaquei na entrada do prédio onde fazia um cursinho pré-vestibular e não consegui sair do lugar. Minha mente fechou, meu coração disparou e na hora só deu tempo de correr até o carro do meu pai. Foi um momento horrível. Mais horrível ainda foi passar um tempo sem entender direito o que tinha acontecido comigo. No final, acabei indo fazer terapia pela primeira vez. Na época eu tinha um preconceito ferrenho, achava que quem ia em psicólogos era maluco. O problema foi que o diagnóstico foi feito tendo como base só minhas crises de pânico, e a psicóloga não era adepta da psiquiatria, então, falando o português claro, me fudi por mais três anos.

Em 2007, parei de trabalhar por conta da depressão pela primeira vez. Foi um choque pra mim, não esperava que fosse tão grave. Eu continuava tendo crises, e o diagnóstico continuava sendo síndrome de pânico, com a depressão como segundo fator. Nessas, comecei a tomar remédio pela primeira vez. Não sei até hoje se foi uma boa decisão. Me disseram que eu ia tomar por uns dois anos, e cá estou eu há 8 sem previsão de quando vou parar.

De 2007 pra cá, passei por altos e baixos. Acabei parando de trabalhar de novo, fui diagnosticada erroneamente como bipolar, passei por vários terapeutas... Aprendi que o que eu tenho é real. A mente enegrece e o corpo acompanha. Não tenho "frescurite" como algumas pessoas do meu convívio familiar costumavam dizer. Minha dor existe mesmo, não fica só dentro da minha cabeça, me afeta de uma forma absurdamente ruim. Aprendi também que sou mais forte do que eu penso. Caí diversas vezes e com esforço consegui me levantar. E cês acham que tive apoio de familiares e amigos? Não. Na hora que a coisa ficava feia de verdade eu me via sozinha de todos os lados. Os familiares não ligavam mais, os amigos desapareciam... Aprendi a ser independente disso, que a força que preciso pra continuar reside em mim, e não nos outros. Não guardo rancor de ninguém, sei como é difícil encarar a depressão quando ela se mostra, e ninguém está preparado pra lidar com isso, mesmo que diga que sabe como é. Se você nunca passou por isso, não tem como saber.

Hoje tenho minhas metas, aprendi a lidar com a tristeza de uma forma mais madura. Antes eu ficava mal e me deixava cair. Hoje fico mal e vejo que continuar deitada não ajuda em nada. Antes eu via apenas os problemas, hoje procuro ver as soluções pra eles. Tracei objetivos, e busco colocar minha força toda nos caminhos que vão me fazer realizá-los. Acho que essa lição é a mais válida de todas que a depressão me ensinou. O lance é manter o foco no que é bom e esquecer que existem coisas prejudiciais, mudar o campo de visão, pensar positivamente e ir atrás do que te faz bem. Com a depressão isso é mil vezes mais difícil, mas vai por mim, é possível.

1 de jul. de 2015

Resolvi assistir Game of Thrones...

E o que posso dizer, estando já na segunda temporada é:

- as perucas são horrorosas;
- a Khaleesi é legal mas eu quero mesmo é ver os dragões;
- todo mundo parece feder;
- o Tyrion também parece ser legal, mas posso estar enganada;
- eu devia ter suspeitado que o Sean Bean morria, como em todos os papéis que ele faz;
- tem umas cenas de sexo explícito que me deixam desconfortável (não, eu não gosto de soft porn);
- as mulheres pelo visto só se ferram;
- a Brienne de Tarth é uma linda;
- acho que o Bran vai morrer, mais cedo ou mais tarde.

Vamos ver, né? Tem uns 30 e tantos episódios pra série chamar a minha atenção.

25 de jun. de 2015

Pequenez

Estava eu aqui pensando acerca da minha pequenez perante as coisas. Em comparação ao Universo o que eu sou? Um pontinho ainda é grande quando eu penso na imensidão das coisas. Mesmo em relação ao mundo eu sou pequena. São quase 8 bilhões de pessoas espalhadas, somos apenas formigas. Quando parava pra pensar na minha existência eu costumava achar que não servia pra nada. De uns tempos pra cá comecei a ver que isso não faz o menor sentido. Minha existência tem significância mesmo que eu seja uma dentre bilhões de pessoas, dentre bilhões de estrelas, trilhões de planetas... Pra determinadas pessoas eu faço falta e sou importante. Sem eu muita coisa teria sido diferente, talvez pra pior. Não tem como saber, mas prefiro pensar que mesmo sendo tão pequena eu mudei pessoas pra melhor, fiz da vida delas algo bom, que valesse a pena. Eu tenho valor. Sou única nesse mundo de gente. E meu tamanho não importa, acredito. Em termos de estatura, sou mediana. Algumas pessoas me acham alta, outras me acham baixa. Tamanho é relativo, tanto pras pessoas quanto pro universo em si. O lance é acreditar que eu faço a diferença, e mais do que isso, fazê-la em si. E eu acho que mesmo com tantos problemas eu fiz. E continuarei fazendo, pois vou viver bastante ainda.

24 de jun. de 2015

Os 20 discos da minha vida

Blur - Parklife
Oasis - Dig Out Your Soul
Pulp - His 'n' Hers
XTC - Black Sea
Echo & The Bunnymen - Echo & The Bunnymen
Noel Gallagher's High Flying Birds - Chasing Yesterday
Duran Duran - Rio
Florence + The Machine - How Big, How Blue, How Beautiful
Fever Ray - Fever Ray
iamamiwhoami - Blue
New Order - Substance
Graham Coxon - The Kiss Of Morning
Legião Urbana - As Quatro Estações
Ivy - Apartment Life
Broadcast - The Noise Made By People
Pink Floyd - Dark Side Of The Moon
The Beatles - Revolver
Oingo Boingo - Dead Man's Party
Spandau Ballet - Journeys To Glory
Melody's Echo Chamber - Melody's Echo Chamber

4 de mai. de 2015

Blur voltou

Em 2013, depois do show no Planeta Terra, acredito que pra todo mundo tenha ficado a dúvida: "Será que eles voltam a gravar discos?" Passou-se 2014 e nada. Chegou 2015 e os caras anunciaram que sim, ia ter disco novo. Foi um momento particularmente emocional demais pra mim. Não achei que teria algo novo deles mais até porque o Damon lançou o disco solo dele e entrou em turnê.

Acho que ter a possibilidade de vê-los de novo ao vivo está mexendo ainda mais comigo. Quando anunciaram que a probabilidade deles virem pra cá é alta eu surtei. Não sabia o que fazer com essa informação. Não acreditei e até agora não acredito que tem disco novo deles e que o Graham voltou com tudo. E ver os caras bem é muito bom. Acho que finalmente vou conseguir ouvir o 13 agora. Esse disco mexe demais comigo, por ser muito triste e ter sido feito numa fase muito conturbada da banda. Parece que eu entendo toda a tristeza que o Damon sentia. É ouvir 1992 e desabar. Até hoje é o único disco da banda que eu evito ouvir porque sei que vou ficar numa "bad".

Acho que agora o que me resta é a confirmação das datas dos shows por aqui. Já tenho meu Magic Whip em mãos, já voltei a ouvir Blur com frequência e a tendência é ouvir só eles e as carreiras solo. Nem acredito que 2015 podia melhorar. Mas tá melhorando. Pensar que vou rever todo o pessoal da Blur Brasil me dá uma felicidade extrema. E até o Liam Gallagher reconheceu que Lonesome Street é a música do ano. Agora só falta o Oasis voltar. Se voltar, zerei a vida.

Deixo a minha música favorita do disco novo. Espero ouvir ao vivo. :)

2015 completando...

...19 anos de Legião Urbana em outubro,
...16 anos de Oasis em setembro,
...14 anos de Pink Floyd em janeiro,
...11 anos de XTC em junho,
...4 anos de Blur em agosto.

It Ain't No Lie - Graham Coxon

Lungs are folding up inside of me
Legs have just been hammered out of stone
My heart is stopping far as I can see
Mind and all my fuses have been blown

I'm walking a tightrope from morning 'til night
From my bed to my bed and it don't feel right
But I know where I'm going and it ain't no lie
And I don't wanna waste it like them other guys


3 de mai. de 2015

Amigos

Não sei qual a parte mais difícil de ser adulta. Ter que aceitar determinadas imposições feitas pra que eu me torne uma pessoa de sucesso na vida ou ver todo mundo indo embora da minha cidade. Uma das coisas que mais me machucou foi ter que lidar com o fato de que as amizades evoluem pra algo diferente, as pessoas vão vivendo e se afastando. Dizem que isso é natural. Acho que eu é que não quero mais ser adulta. Quero voltar pra época da escola. Todo mundo diz que a adolescência é uma fase horrível, a minha foi boa. E não ajuda o fato de que eu tô há horas ouvindo a mesma música da Marina Diamandis sobre a minha vida.